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O que é Classificação Funcional?

 

A classificação funcional (ou classificação, quando se tratar de deficiências visuais ou intelectuais) promove a estruturação para competição em todas as modalidades paralímpicas. O processo de classificação atesta que a deficiência ou comprometimento do atleta é relevante em seu desempenho esportivo, e que compita em igualdade de condições a outros atletas. 

 

A classificação funcional tem dois objetivos primordiais: 

 

  • Definir a elegibilidades de um atleta;

  • Agrupar atletas igualmente a fim de competir entre si.

 

Para ser elegível para competir, o atleta deve ter uma deficiência que seja permanente e tenha verificável limitação funcional com impacto em seu desempenho atlético. Se um atleta tem uma limitação, que não seja permanente, ou não o impeça de competir com atletas sem deficiência, então este atleta é considerado inelegível. “Inelegível” também é considerada uma classe.

O que é ser elegível (ou elegibilidade)?

 

Para cada modalidade paralímpica há um critério mínimo de deficiência para competir (ser elegível).

Nem todas as deficiências são elegíveis para cada esporte paralímpico e no caso de alguns esportes, somente um pequeno número de deficiências ou comprometimento são elegíveis. Os esportes paralímpicos agrupam atletas com deficiências semelhantes para garantir que as disputas sejam justas e equilibradas. Este processo é chamado de Classificação.

Ser inelegível não significa que o atleta não tenha uma deficiência, significa somente que a deficiência específica ou comprometimento não se enquadra na modalidade em questão.

As deficiências elegíveis para os Jogos Paralímpicos

Em linhas gerais, são 10 deficiências consideradas ELEGÍVEIS, estabelecidas pelo Comitê Paralímpico Internacional (IPC) como parte do movimento paralímpico, sendo elas (com alguns exemplos entre parênteses):

  • Força Muscular Limitada (lesado medular, distrofias musculares, lesão de plexo braquial, espinha bífida)

  • Deficiência em membro(s) (exemplos: amputações, dismelia, má formação de membros)

  • Diferença no comprimento de pernas

  • Baixa Estatura (disfunção de hormônio de crescimento, acondroplasia)

  • Hipertonia (paralisia cerebral, AVC, traumatismo craniano)

  • Ataxia (paralisia cerebral, AVC, traumatismo craniano, esclerose múltipla)

  • Atetose (paralisia cerebral, AVC, traumatismo craniano)

  • Limitação de Amplitude de Movimento Passivo (artrogripose, artrite reumatóide, trauma que afetou articulação)

  • Deficiência Intelectual (a deficiência deve se apresentar antes dos 18 anos de idade)

  • Deficiência Visual (retinite pigmentosa, retinopatia diabética) 

 

Os Sistemas de Classificação Funcional 

 

Cada modalidade esportiva paralímpica possui seus critérios e métodos de avaliação específicos, não sendo possível usar as mesmas regras para todas. Cada Federação Internacional (FI) cria suas próprias normativas para sua modalidade e também são responsáveis por analisar se as mesmas estão sendo cumpridas.  

 

As FIs decidem qual(is) deficiência(s) seu esporte vai atender. Algumas modalidades paralímpicas foram feitas para somente um tipo de deficiência, como o Goalball, que só está aberto a atletas com deficiência visual. Outros esportes, como atletismo e natação, estão abertos a todos os tipos de deficiências.

 

As FIs também decidem quão severa deve ser uma lesão para que um atleta seja elegível para competição. Para que um atleta seja elegível, a deficiência deverá ser severa o suficiente para que impacte no desempenho esportivo do atleta.

Como diferentes esportes requerem diferentes habilidades, cada esporte requer uma classificação funcional própria. Por exemplo, uma deficiência em um braço afeta o desempenho em uma prova de corrida em um grau menor do que em uma prova de natação.

As Classes Esportivas

 

A classe esportiva é uma categoria que agrupa atletas de acordo com o impacto da deficiência no desempenho esportivo. Desta forma, em uma mesma classe funcional podem ter atletas com diferentes tipos de deficiências, porém, estes diferentes tipos de deficiências afetam o desempenho esportivo de forma semelhante. Por exemplo, um biamputado acima do joelho e um paraplégico podem competir em uma mesma classe, como os 1500m em cadeira de rodas no atletismo, pois suas distintas deficiências têm efeito semelhante para uma mesma prova.

 

Em esportes individuais, atletas competem entre atletas de uma mesma classe, para que o impacto de suas deficiências seja minimizado, e que o desempenho esportivo seja o principal fator de vantagem entre os atletas. Em alguns eventos, há a possibilidade de se juntar classes, devido a um reduzido número de atletas. Neste caso, alguns esportes adotam coeficientes para que estas diferenças de classes sejam levadas em consideração.

 

Há modalidades com apenas uma classe, como o halterofilismo. Para que possa competir nesses esportes, o atleta deve apenas atender ao limite mínimo de elegibilidade.

 

Em modalidades coletivas, os atletas são classificados por pontos, sendo que, quanto menor for a pontuação, maior o grau de limitação do atleta. Desta forma, uma equipe tem um limite máximo de pontos que pode ter na área de jogo, a fim de garantir o equilíbrio entre as equipes. 

 

Como fazer para ter uma Classe?

 

Uma classe é alocada para um atleta por meio de uma avaliação de um classificador. Cada FI treina e certifica seus classificadores para conduzirem a classificação em suas modalidades.

 

Classificadores para atletas com deficiências físicas são divididos em classificadores clínicos, que possuam uma graduação de médico, enfermeiro, fisioterapeuta, por exemplo; ou classificadores técnicos, como profissionais de educação física ou graduados em esporte. Atletas com deficiência visual são classificados por oftalmologistas ou optometristas. Psicólogos e técnicos esportivos estão diretamente envolvidos com a classificação funcional de atletas com deficiência intelectual.

A classificação é realizada antes das competições. Desta forma, os atletas precisam chegar à competição com alguns dias de antecedência para fazer a avaliação. Durante o processo de classificação, o classificador segue a regulamentação de cada FI que representa.

 

Dependendo da deficiência, um atleta pode ser avaliado várias vezes durante a carreira. Algumas deficiências se agravam com o tempo, como alguns problemas de visão ou doenças degenerativas musculares. Além disso, atletas jovens podem ainda não terem atingido seu total crescimento na época de sua classificação funcional. Neste caso, o classificador funcional pode decidir que um atleta deva ser reavaliado em uma competição posterior, ou mesmo em um período predeterminado de tempo (dois anos, por exemplo).

 

Para realizar uma classificação funcional no Brasil, entre em contato com o órgão responsável pela modalidade de interesse. 

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